domingo, 19 de abril de 2009

Querida amiga,
espero que tenha passado um bom fim-de-semana. Eu, nem por isso. Não sei se foi das Favas se das Broas que comemos lá no Palácio, mas a verdade, é que passei o Sábado cheio de azia e uma certa flatulência.
Bem, mudando de assunto, estamos combinados para esta semana? Já tenho bilhetes reservados. É só dizer quando pode, que vou levantá-los. Pode ser qualquer dia pois, estranhamente, parece que não tem estado esgotado, e o Costa da bilheteira diz que não há problema e que arranja lugares. Veja se alguma Comadre quer vir, que assim arranja-se um camarote. E tragam bolinhos.
Saudosamente,
Sá Raposo

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pensão Atlântico, 13 de Abril 2009

Olá amiga Pomba,

só para lhe dizer que fica marcado para a semana. Já comprei bilhetes. O Oscar está fantástico, como esperava, - os anos de East End Londrino são uma mais valia. Quem se lembraria de pôr um boneco de trapos a fazer o papel de um boneco de trapos? É esta a magia da Revista. A qualidade das interpretações em histórias clássicas e tudo isto acompanhado de um faduncho ou uma musiquinha ligeira. Lá verá, para a semana.

Espero que consigo esteja tudo bem.

Cumprimentos,

Raposo

domingo, 12 de abril de 2009

Lisboa, 12 de Abril 2009

Pois é, cara Pombinha,

não imagina o quanto me agradou passar a tarde de ontem consigo, no vosso esplendoroso Palácio. Uma óptima conversa acompanhada por uns deliciosos scones e chá. Assim, vale a pena vir a Lisboa. Só não percebi aquela história de me fazer o mapa, pois conheço relativamente bem a cidade. Só lastimo não ter tido oportunidade de conhecer as suas digníssimas Comadres, por estarem todas para fora, fica para a próxima.

Hoje vou à Revista, ao Parque, ver - A Sardinha da Menina, obra mestra da cultura tradicional-popular, onde a filha de um pescador e uma peixeira, se faz mulher numa viagem pelo País, e algum estrangeiro, na companhia da amiga, caixa de grande superfície e de um boneco de trapos, chamado Óscar. Uma história muito realista e comovente. Se as interpretações corresponderem às minhas altas expectativas, principalmente a do boneco, fica prometido que a trago para a semana.

Um abraço amigo,

Raposo

sábado, 11 de abril de 2009

Pampilhosa - Estação da Carreira, 11 de Abril -Via SMS

Pomba, chego às 3. Vai-me buscar ou vou directo ao Palácio? Até Já. Raposo

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Pampilhosa, 10 de Abril

Minha querida Amiga,
Já fui comprar a passagem e parto amanhã de urgência para Lisboa.
Vejo que o caso é bicudo e precisa de acção imediata. Levo comigo os grandes clássicos e já no domingo, depois do Cabrito e do Folar, começamos as nossas lições de poesia, pois vejo que bem precisa.
Não se preocupe, pois a nem toda a gente tem o intelecto desperto para o entendimento da poesia. No entanto, se agirmos já ainda a podemos ganhar para o maravilhoso mundo do verso.
Quando chegar irei directo ao Palácio.
Cara amiga não desespere, que o Raposo vai a caminho.
Um respeitoso e sentido cumprimento,
Sá Raposo

Estava escrito nas estrelas!

Prezado Dôtor,
Depois duma tarde cinzenta, passada só na esplanada do Castelo a fazer mapa astrais a camones, chego a casa e dou com esta sua missiva. E só lhe digo dôtor, louva a deus quem lhe mostrou o caminho para a Medicina. Não que o dôtor escreva mal! Longe de mim afirmar tal coisa! Até porque o prezado amigo, é gente deste país onde existem cantores e escritores a cada esquina. Mas dizem-me as estrelas, e os interiores, que caso tivesse seguido a via poética, a sua vida teria sido um pouco menos risonha.
Agradeço a gentileza das estrofes, mas caro dôtor não se incomode! Deixe lá isso, que não precisamos destes obséquios entre nós.
Cá (ainda) o espero.
Cumprimentos amigos da Pomba

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Pampilhosa, 9 de Abril 2009

Cara amiga,
enquanto vou e não vou, mando-lhe um poeminha meu. Não sei sabe, mas a poesia clássica é um dos meus fascínios - como notará, com certeza, no estilo das minhas estrofes.
Espero que me pordoe o atrevimento e não leve mal a minha atitude.
Para o caso de não perceber os versos são um pouco autobiográficos, mas não lamente a minha vida, pois foi por esta que hoje sou o Raposo, o Dr. Sá Raposo.
Cuprimento-a carinhosamente,
Raposo
Da sorte abandonado
O destino não cumprido
O futuro amaldiçoado
Do desejo interrompido

A infância triste e só
De trabalho a juventude
Uma vida de ter dó
Que foi salva pela atitude

A guitarra, uma amiga
O estudo, uma missão
Uma canção antiga
O Fado, uma ambição

De seu nome Josiel
Raposo de apelido
À vida foi fiel
No seu destino cumprido

Pampilhosa, 9 de Abril 2009

Cara amiga. stop. ocupado preparar ida a lisboa. stop. agradeço preocupação. stop. informarei quando partida confirmada. stop. Cumprimentos. stop. Raposo. stop.

Lisboa, 9 de Abril (telegrama)

Caro Dôtor. Stop.Estou ralada consigo. Stop. Estranho o seu silêncio. Stop. Interrogo-me se estará doente. Stop. Mande noticias sff. Stop. Abraço fraterno. Stop.Maria da Pomba. Stop.

domingo, 5 de abril de 2009

Lisboa, 5 de Abril (via e-mail)

Prezadissímo Dôtor,
Folgo muito em saber das suas visitas a Lisboa. E só me apraz dizer-lhe, que sim, que venha, que já arranjei o banco lá no jardim do palácio, para o cházinho e scones com manteiga e compota de framboesa, e para falarmos da vida.
Apreciei muitos os momentos que passámos aí na Pampilhosa, quando visitei a Albertina das Moitas, a antiga vizinha do 2º Dto do meu prédio em Alfama, e quando o Dôtor me safou daquela irritante urticária nas partes baixas, fruto de ...bem, mudemos de assunto.
Fico muito agradada que tenha gostado das fotos que lhe enviei, do palácio das comadres. Vive-se nele um ambiente muito divertido que estou certa será também do seu gosto quando nos visitar.
Aguardo indicações de chegada para o poder ir buscar à estação.

Abraço fraterno,
Maria da Pomba

PS - não o sabia tão dado às novas tecnologias, e foi com imensa surpresa, e agrado, que recebi o seu e-mail.

Pampilhosa, 5 de Abril 2009

Cara amiga,

foi com muito gosto e extraordinária gratidão que recebi a sua disponibilidade para se encontrar comigo regularmente, num espaço nosso, onde possamos conviver. Desde que tive oportunidade de a conhecer no vosso Palácio que senti um profundo desejo de poder estabelecer uma relação mais próxima consigo. A afinidade senti-a logo, a amizade crescerá, concerteza.

Como calcula aos meus 73 anos, em que 48 deles como clínico de província, agora, praticamente reformado e com os meus doentes passados, uns para o outro lado, outros para o novo médico, o tempo disponível é muito. Irei, agora a Lisboa com mais frequência, não só para a encontrar e a conhecer pessoalmente, mas também para acompanhar uma das minhas grande paixões, essa nobre arte da Revista à Portuguesa.

De novo lhe agradeço a boa vontade e paciência e aguardo ansiosamente o nosso encontro,

respeitosos cumprimentos,

Dr. Sá Raposo